segunda-feira, 13 de julho de 2015

Renascimento!

Quando a gestação se deu por completa, trouxe luz ao mundo com a esperança de vida nova!
Eu cheguei com minhas possibilidades e cai em mãos estranhas, sentia um frio desesperador e experimentava a solidão fora do ventre. O primeiro ano de vida foi morando em um cômodo só, os jovens entravam e saiam, tinha cigarro, tinha bebida, palavrão e rock. A infância foi boa, foi quase normal, era entre os roles dos pais e a casa da vó, mas chorava muito e não dizia o porque. Tive mais dores de gargantas que amigos. Na adolescência já experimentava o deslocamento, o descabimento, o não enquadramento, não tinha tantas afinidades com outras meninas e tão pouco me encontrava enquanto trocava saliva com os meninos. Não me encontrei no português, nem na matemática ou ciência, historia e outras educações. Eu fui um sete quase sempre e muitas vezes pra menos, raramente eu fui um dez e cansada de não me achar nesse mundo, descobri que quase ninguém se achava e a maioria vivia de ilusão.  A ilusão vinha em diferentes embalagens, eu a consumi muitas vezes na mesa do jantar, consumia ela sentada em frente a tv e quanto mais crescia, mais me desafiava atrás dela, no começo eram os maços no balcão da padaria, depois as embalagens menores nos becos e inferninhos. Quanto mais velha eu ficava, mais difícil ficava me iludir. Cansada de perseguir e manter a ilusão no nariz, nas veias, nos pulmões, no coração e ainda carregando garrafas de ilusão nas mãos, eu seguia conformada em silencioso desespero. Eu fui parando de sorrir, eu fui mostrando na pele, nos olhos, na angustia e na doença toda a minha infelicidade, eu já havia morrido para a vida nesse corpo e apenas sobrevivia de artifícios imediatos de prazeres explosivos, destruidores e rápidos;
O resgate veio quando a ilusão já tinha me destruído totalmente por dentro, era mesmo necessário andar pelo vale das sombras? Eu precisava provar pra quem o meu poder de sobrevivência em meio ao caos? Dei os primeiros passos cansada, mas por vontade e cai no colo da verdade. A energia cristica era Jesus, era Oxalá, era Buda, era Krishna e me abraçou, pra eu nunca mais duvidar. Eu já havia vivido antes, mas também já havia morrido, então eu renasci no mesmo corpo doente e decidi que iria cura-lo. O passado foi morrendo, as feridas foram curando, e os aprendizados vieram. Eu caminhei um ano, um ano de resistência e de alegria até este dia, onde era mais feliz que nunca. De olhos fechados o leão passava, rolava e dava a cabeça aos amados amigos para que o afagassem; de olhos abertos me apaixonava mais pela vida e pelos seus presentes; De olhos fechados eles me chamavam de "menina do sol", e eu tinha um sol interior, que agora, depois desse intenso ano, brilhava forte; Eu vibrava e de olhos abertos, era parte de uma fileira de bailado, eu irradiava a força, impulsionava ela pra todos os cantos e sentia a alegria e a gratidão de ser eu mesma; Do meu lado a honra de amados amigos, sorrindo e dançando, a gratidão virou um comando automático. A graça desce, já era tempo de perceber, virei a flor que jamais imaginei que iria ser... Mas estava predestinado, e meus potenciais ainda deveriam ser explorados, então continuei meu passo na vida com a força daquele bailado.







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