quarta-feira, 15 de julho de 2015

Dia 15

Eu tinha 14 anos, grande ano foi aquele 2005,
No primeiro dia de aula levantei um moicano com gel, rebelde sem causa que era.
Acidentalmente cai na sala em que nenhuma das 3 únicas amigas que eu levava do ensino fundamental estavam, mas cai na sala em que estavam as três meninas mais lindas que eu tinha visto até então nessa vida. Apesar de instantaneamente apaixonada, troquei de sala pra ficar perto das minhas amigas. 
Depois do primeiro intervalo fomos apresentados ao grêmio, além disso, naquela semana a sala ia ter que votar em alunos para representantes de sala no conselho estudantil, sei lá porque mas acabei eleita (provavelmente pq ninguém me conhecia). A menina que foi falar sobre o conselho já tinha saído do colégio, usava óculos, tinha um cabelão cacheado, um rosto lindo e um sorriso encantador (que me pirou o cabeção) não sei porque mas me apaixonei pelo jeito dela. Achei que ela poderia ter me olhado, mas provavelmente não..
Conheci as meninas do terceiro ano também, fomos na casa da mais revolucionaria que eu já tinha visto na vida (até então), jamais apagarei de mim a admiração pela fala inteligente que mergulhava nos assuntos mais complexos (pra mim naquela época eram muito).. definitivamente a melhor leonina que já tive o prazer de conhecer, que me apresentou previamente o amor livre, os ménages, as nudes e quem me deu meus primeiros cigarros. Sinto falta dela, mas hoje em dia ela aparentemente não é mais aquela explosão de pessoa. Nunca ficamos direito e nunca me apaixonei, mas com certeza ela inspirou muitos dos meus hábitos, tipo esse de escrever... mas tinha a amiga dela, a menorzinha, que apesar de não falar muito, me chamou pra ir no banheiro de uma festa umas semanas depois que nos conhecemos e me beijou na porta de saída, enquanto o namorado esperava do lado fora. Foi babado e confusão, ainda mais no dia seguinte quando fomos viajar sem ele e vários beijos continuaram a rolar e sem nem estar esperando tive que lidar com uma puta paixão ... na confusão contei pra uma das minhas melhores amigas na época, que era melhor amiga do namorado dela... Bom, ele obviamente terminou com ela.. Foi uma semana dramática. Nesse meio tempo aquela menina de óculos mais velha reapareceu, foi uma das únicas vezes que eu tive coragem de tomar alguma atitude sobre alguma coisa do tipo na vida. Tive umas semanas muito divertidas com ela vindo me buscar na escola, me levando pra casa dela pra enfiar a cara na melancia (literalmente, não foi um trocadilho pra sexo) e superando o drama com a outra que ocasionalmente me roubava uns beijos nos corredores da escola, banheiros e casas de amigos... Teve uma hora que sei lá porque mas tive que escolher entre as duas e pra variar escolhi errado, porque escolhi ser premio de consolo.. não demorou pra ela terminar comigo porque estava confusa, mas olha só que ridículo, eu tinha me apaixonado primeiro pela outra... Se eu fosse esperta não tinha entrado nessa.
Vários meses depois, cansada de ignorar e virar a cara nos corredores da escola, para aquele amorzinho de gente que tinha quebrado o meu coração, escrevi uma carta, carta a qual virou uma musica de muito prestigio chamada "dia 15". Voltamos a nos falar e hoje ela é umas das melhores amigas que ainda tenho, e eu acho que sou quase boa amiga pra ela também (seria mais se fosse visita-la a quantidade de vezes que prometo e não vou), mas se não for me contento com o titulo de "trai todos os meus namorados com você" através dos anos.. menos o ultimo, o ultimo não traiu, e por isso me sinto muito orgulhosa, acho que crescemos enfim. A de óculos encontrei pela ultima vez em 2006, exatamente uma semana antes de começar um dos maiores dramas dessa vida. A gente estava na cama, a pequenina tinha acabado de ir pra Londres, eu estava com um nariz de palhaço, ela bateu uma foto e eu perguntei:
-"como é santos?
-porque?
- vou conhecer uma menina de lá semana que vem...
-... você é cruel".
Pois é...dez anos se passaram...Na época tudo era drama, segredo, eterno, proibido, dolorido, difícil... hoje é só historia.

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