quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O que você acha de monoamor? (Terceira parte)

-Se a gente fosse casar ia morrer de fome, emagrecer, ou ficar pobre comendo fora!
-Não tá tão ruim assim. Você poderia só ter deixado um pouco de sal pra eu usar o resto do mês...
-Hahaha. Achei que você ainda não tinha temperado. Não tenho culpa!
-O problema é a falta de comunicação, na cozinha a gente vai se virar! Vou pegar uma cerveja pra ajudar a descer essa salmoura, quer uma?
-Quero sim, seu tonto!

-Toma, sua tonta! Faz um favor? Vai ligando netflix, vou dando uma geral aqui.
-Sabe o que me assusta? Estamos virando um casal rápido demais, tá tudo muito natural... Estranho!
-Esse ano faço vinte nove anos, você vinte e sete, o segredo é esse! Estamos ficando maduros a ponto de parar com a frescura e ir direto ao ponto! Sem falar que a gente já se conhecia, isso facilita o processo, a gente já era amigo!
-Esse deve ser você, no meu caso ir direto ao ponto sempre me afastou de todo mundo!
-Porque todo mundo é burro! Eu sou inteligente e prefiro sua sinceridade a uma versão podada sua!
-Como assim uma versão podada?
-Olha, eu sei que você não está apaixonada por mim, já te vi apaixonada e você se perde de você mesma! Ontem antes de dormir fiquei pensando e cheguei à conclusão de que um relacionamento comigo, te faria muito mais feliz do que um relacionamento com qualquer outra pessoa. Então meu plano é que você se complique sozinha, enquanto eu brilho como um farol, cheio de segurança, até você cansar de ficar dividida com as opções das prateleiras e se render a felicidade do nosso futuro casamento!
-Numa moldura clara e simples, o que eu vejo é praticamente um pedido de casamento, é isso?
-Eu sou um cara chegando aos trinta, estou carregando nossos filhos no saco tem anos, quero casar, mas não é nem por mim, é por eles!
-Esse seu romantismo tá acabando com a minha vida, to me sentindo rendida, sabe? Que isso? Você tá me dando a chave do seu apartamento?
-É. Foda-se!
-Quero fugir... Mas esse papo todo é tão absurdo que eu só consigo pensar em aceitar.
-Então aceita, pelas crianças!
-Vem aqui vai!

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