Meses atrás quis te chamar para ir comigo escolher um perfume!
Antes do cigarro, acredito que eu tenha tido um olfato aguçado. Nas minhas memorias eu carrego inclusive uma memoria infantil olfativa: Cheiro de chuva de verão no asfalto, o cheiro ruim do hospital quando estava doente, o cheiro da minha mãe e do meu pai quando voltavam do trabalho, o cheiro do metro recém inaugurado.
Minha memoria mais atual é carregada de memorias dos seus cheiros.
Seu cheiro depois do banho se deitando do meu lado, seu cheiro depois das cervejas nos bares da vida, seu cheiro quando me encontrava na rua, seu cheiro de medo, seu cheiro durante o sexo, seu cheiro depois do sexo.
Minha memoria ta carregada dos seus cheiros, e mesmo estando em busca de novas experiencias olfativas, a minha alma sente falta de te dar um cheiro!
Já te cheirei com perfumes diferentes e na rua as vezes meu estomago passava até mal de sentir alguma fragrância que conheci em você... Quantos perfumes senti no seu corpo?
Estive pensando hoje na saudade que tenho desse sentimento de ansiedade pra sentir seu cheiro.
As vezes quando marcávamos um encontro, eu começava a me arrumar um dia antes.. juro!
A facilidade de chegar em outras bocas, de conquistar alguém, é suprir essa vontade de um sentimento genuíno.
Cheguei a conclusão de que seu cheiro era mutante, que qualquer perfume em contato com sua pele sofria mutação. A perfeição da sua essência, a fragrância doce e amargurante que se enrolava e apertava as minhas entranhas. Dizem mesmo que o perfume varia de pele pra pele, na sua pele, até os perfumes se curvavam, se somavam, me amarravam, me domesticavam. Era seu cheiro que me jogava nos seus braços!
Percebi que não era você que escolhia um bom aroma, eram os aromas todos que se harmonizavam em você!
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