terça-feira, 2 de agosto de 2016

vigésimo sexto ano

Uma das minhas primeiras percepções como mulher que agora sou, é que nunca estive tão perto dos trinta, por isso a primeira atitude a ser tomada era aumentar o raio de interesse nas pessoas do tinder para até 32 anos. Me pareceu a atitude mais cabível já que tenho incapacidade de pensar em ter alguém ainda mais novo e irresponsável que eu ao lado, é isso né, gente adulta tem que ter adulto do lado, estar num mundo adulto com quem sabe das coisas que só quem já é adulto sabe, porque só se tornando tem como saber o que é ser adulto e não apenas jovem adulto. Concordo, tem jovens de 18 anos mais adultos que eu, nesse caso teremos que nos conhecer em outra rede social, espero que na rede social chamada vida. Fora a questão social, percebi que após abandona-lo aos 5 anos de idade, numa trágica e sofrida ida a praia com um maiô apertado, agora que tinha me tornado mulher estava novamente permitido o uso da peça, não vejo a hora de ficar sensual e mulher adulta dentro de um maiô. Acho que pressupus que a media de vida humana agora é 100 anos, por isso sabia que passar dos 25 era completar 1/4 da minha vida. Por um lado ainda tem coisa pra caralho pela frente, o que me tira o peso de muitas das aflições e ansiedades de completar as pressões sociais tão invisíveis e tão reais que inutilmente me perseguem, porque afinal sempre preferi uma boa aventura que uma boa chance de segurança e estabilidade. Nos meus últimos seis meses de 1/4 de vida eu vivi uma penca de coisa doida, solitária, profunda, conheci pessoas completamente aleatórias e maravilhosas que aprendi a amar, travei uma guerra contra tudo aquilo ao qual me amarrei, para ir em busca da tão filosófica liberdade. Uma das lições mais valiosas que tomei sem gosto: Somos todos escravos.
Escravos de ideais, desejos, sistemas.. estamos presos e na maioria das vezes a busca nos torna hipócritas. Mas não é porque temos nossas penitencias e cometemos nossos erros que a gente tenha que fazer disso algo pior do que realmente é... as vezes é mais fácil deixar os livros, os estudos, os trabalhos, tudo de lado e só jogar uma partida de candy crush, aceitar que você não tem poder, não tem liberdade, não tem chances, mas tem 8 vidas pra morrer em uma fase difícil e que aparentemente a quantidade de livre arbítrio que lhe cabe, permite que você desperdice seu tempo útil de vida com essa atividade que você msm julga inútil e esdrúxula, mas que mesmo assim pode ser muito bem acompanhada de brigadeiro, uma serie de tv aleatória que no fim das contas é um ótimo produto de conformismo do mundo que você vive e cumpre bem o propósito de te fazer sentir melhor com o seu vazio existencial. Tudo se torna mais simples na medida em que as suas expectativas abaixam, tem gente que fala que depois dos 30 é ladeira abaixo, ou depois dos 40, sei lá mano... Acho que as pessoas falam isso porque já começaram a subir o morro e já devem estar vendo o pico mais alto pra pensar na descida... eu sinceramente toda vez que começo a subir se pá dou uma fugida e deixo pra depois. Não sei porque, mas agora mesmo eu penso: "Não da mais pra fugir, nega.. chegou sua hora".. e deve ter chegado mesmo, talvez eu tenha me tornado mulher, me tornado não, acho que me fiz, fiz por onde.. andei um bom bocado, adquiri experiências interessantes, sinceramente estou orgulhosa, fiz um ótimo trabalho com o que tinha em mãos. Eu to feliz, me sinto de alguma forma realizada nessa etapa que correu, tenho certeza que o melhor ainda nem começou.

:)

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