Campeão, eu vivi!
Eu fui fundo, e foi a minha angústia por vida quem me levou a lugares comuns e lugares muito incomuns. Me apaixonei mais do que você poderia contar nas mãos, nas suas e nas de mais uns. Eu me apaixonei por tipos, vozes, inteligencias, crenças, cheiros, corações, segredos, companheiras e companheiros, amar não virou, amar sempre foi uma confusão honesta e sincera. Aos poucos descobri que se o amor é livre, é da responsabilidade do amor que a maioria quer realmente se libertar. "Dane-se a raposa, só posso ser eternamente responsável por mim".
Eu sofri, eu sofri a ponto de achar que não ia mais ser feliz, me apeguei ao que de pior o mundo tinha pra me oferecer, e nessa hora eu vi que sempre tem quem ache que o seu sofrimento é frescura, porque é tudo banal quando a carne agonizando não é a do expectador.
E eu consigo lembrar das faces amigas que estavam lá, junto comigo na beira do abismo, convivendo com a minha agonia silenciosa, sabendo que não podiam me impedir de cair, mas fazendo companhia nas noites longas de vigília contra o desespero, rezando para que ele não chegasse e silenciando os demônios com doses artificiais de paz. Eu também lembro de quem fingiu que não viu.
Pois é, eu sei também que fiz muita gente sofrer e errei muitas vezes tentando fugir, mas errar foi por medo de errar. Eu também errei muito ao pendurar a minha inocência no pescoço, deixando que a maldade dos outros virasse abuso, coisas que não irei repetir, a dor ensinou. O erro maior foi o de querer ser igual, mesmo sabendo que ser diferente, sempre foi a única certeza que sempre tive sobre mim. Para tanto erro, a única solução foi aprender a me perdoar.
Neste ato de muitos tempos, escrevi a grande epopeia da superação, descrevendo o ato heroico de quem salva a si mesmo, fazendo das sombras a sustentação da luz. Como no feitiço do patrono, a magia da minha vida se sustenta em cada brilho no olho que eu coletei, cada sorriso que eu roubei, cada abraço sincero, cada beijo ganhado, cada lembrança alegre que guardei por estar aqui nessa vida. O auto-conhecimento não é trilha para covardes, não é trilha para preguiçosos, não é caminho para quem se conforma com a vida que lhe é proposta e segue alienando-se de si mesmo.
Eu vi a maldade, eu dormi com o inimigo, eu bebi veneno e aspirei o suicídio, eu sobrevivi. Campeão, você é áspero, a sua arrogância me enoja e me afasta, a que ponto chega a duvidar da minha capacidade e cognição? Faz muito mal em ignorar o fato de que se eu avistar o mal eu saberei reconhecer, se eu fechar os olhos, saberei a presença que me ronda, se eu degustar o engano, a lembrança me fara cuspir para fora, se os ares trouxerem o bafo do inferno, eu saberei mudar a minha rota. Campeão, saiba que eu me alegro com minha ignorância, segue teu caminho sem debochar do meu, vê onde dá, eu vou pelo meu sem rir do seu e vamos ver onde cada um vai parar.
Eu vi a maldade, eu dormi com o inimigo, eu bebi veneno e aspirei o suicídio, eu sobrevivi. Campeão, você é áspero, a sua arrogância me enoja e me afasta, a que ponto chega a duvidar da minha capacidade e cognição? Faz muito mal em ignorar o fato de que se eu avistar o mal eu saberei reconhecer, se eu fechar os olhos, saberei a presença que me ronda, se eu degustar o engano, a lembrança me fara cuspir para fora, se os ares trouxerem o bafo do inferno, eu saberei mudar a minha rota. Campeão, saiba que eu me alegro com minha ignorância, segue teu caminho sem debochar do meu, vê onde dá, eu vou pelo meu sem rir do seu e vamos ver onde cada um vai parar.
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