O bafo da casa fechada me fez ir pra varanda. Imediatamente a brisa noturna me fez lembrar que troquei o dia pela noite, graças a essa sensação.
Nasci com meu sol no signo do sol, mesmo assim troquei meu pai por uma mãe, passei a amar a lua e ser noturna! Alguém me chamou, senti no pontilhado brilhante do céu e no balanço das nuvens se separando, era a imensidão vindo contar: "São poucos admirando este momento, estão conectados. Ao contemplar o universo, olham o infinito de sua própria consciência".
Dez anos que meu relógio biológico se rebelou, a noite parece a mesma, mas não é! Naquele tempo me lembro de admirar a imensidão e sentir grande angústia com tamanha beleza. Eu era uma menina sentada na janela, com vista pra favela. Me apaixonei pela noite, essa angústia era normal da paixão, do vazio que era cheio, quase não cabia mais tanto silêncio, um oco redondo onde valia a pena respirar e viver. Vendo tamanha atração e magnetismo, um guardião me trouxe a poesia de companhia.
Tem sido assim: Eu, a noite, os sentimentos e as palavras!
Não desvendei mistérios, certamente tenho criado mais que solucionado. Um professor disse certa vez: "só se é criativo solucionando problemas, não existe criatividade sem problema". Talvez eu tenha solucionado muitos e o fato é que eles nunca acabam!
O aqui e o agora me trouxeram de volta, admirei o céu, esfriei o corpo sob a imensidão, ouvi o silêncio que a cidade faz quando dorme... parecia a mesma noite que a de dez anos passados.. mas era outra, eu era outra. "O tempo é a ilusão do ego"
Eu olhava o céu e o mesmo céu me olhava, nos olhamos por anos, aos olhos dele eu quase não mudava.
Eu contemplava o céu e o mesmo me contemplava, um era o outro e tudo se completava.
"Teu rosto representa o sol, seus olhos as estrelas do céu", este papel que represento a 24 anos, ele tem escutado mais o autor.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Minha representação, sua autoria.
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